sexta-feira, 8 de maio de 2015

Cristovão Tessa

Já não sei de onde tirei isto, mas considerei um grande artigo para a realidade que vivemos. A verdade que todos fazemos os nossos downloads de filmes, musicas ou e-books e não nos sentimos desonestos ou criminosos por isso.

Na realidade a partilha de bens culturais é mais forte do que nunca e isso deveria ser uma coisa boa, uma prova da humanidade que ainda existe em nós:


Cristovão Tezza é o escritor brasileiro mais premiado dos últimos tempos, quase uma unanimidade.
Com o romance ‘O Filho Eterno’ (Editora Record), sua 14ª obra de ficção, ele ganhou alguns dos principais prêmios de literatura do País, como o APCA, o Jabuti, o Portugal Telecom, o Prêmio São Paulo de Literatura e o Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura.
Na semana passada, após uma viagem pela Europa para promover o lançamento do seu livro, em francês, catalão e holandês, ele conversou com o Link, por e-mail.

Bastante sensato e realista, em entrevista, Tezza fez observações bastante pertinentes sobre a pirataria online, por exemplo. “O que está acontecendo de fato é a mais impressionante troca de bens culturais que já houve no mundo. Definir esse fato praticamente consumado como simples pirataria é uma simplificação”, afirmou. O resultado dessa conversa: “O que está acontecendo de fato é a mais impressionante troca de bens culturais que já houve no mundo, (só que) à revelia do mundo legal. Definir esse fato praticamente consumado com simples pirataria é uma simplificação”, afirma. E continua: “Há perda dos detentores dos direitos autorais, sem dúvida, mas é preciso lembrar que a esmagadora maioria dos consumidores via rede não compraria o filme ou o disco, não teria acesso a ele, ou por falta de dinheiro, ou, na maior parte dos casos, simplesmente porque não chegaria a ele”.
“Outra questão é a dificuldade técnica e jurídica de combater a cópia caseira. Um download não é um objeto físico falsificado numa garagem, impresso numa gráfica clandestina ou transportado por um caminhão. Ao contrário da pirataria física, que move milhões e alimenta uma cadeia de crimes paralelos, aparentemente só o consumidor final ganha com o download”, pondera.
“Baixar um livro é infinitamente mais fácil que baixar um filme e mesmo uma música, mas a leitura digital de um texto longo no monitor é desconfortável – é isso, até aqui, que vem salvando os escritores. Com a chegada dos livros digitais, isso pode mudar. Até porque, parece que não há formato de arquivo, por mais exclusivo que seja, que não acabe convertido em outro de uso corrente”, observa. “Bem, sendo realista, praticamente todos os escritores de ficção e de poesia sempre foram obrigados a ter outra fonte de renda, porque nessa área ninguém vive de direitos autorais no Brasil, mas mesmo assim uma popularização do download de livros seria catastrófica para quem escreve, supondo-se de fato que o livro digital suplantaria significativamente o livro de papel. Tudo vai depender desta relação entre o livro virtual e o livro de papel.

Sinceramente, não sei. E acho que ninguém sabe dizer, hoje, o que vai acontecer nessa área”, opina. “Sim, acho que (o livro de papel e o eletrônico) vão conviver perfeitamente. Não imagino que o livro eletrônico vá suprimir o velho e bom livro de papel, cuja praticidade é imbatível”, defende.

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